# 3

“3 Apitos” (de Noel Rosa, 1933), em várias versões…

1. Com Ma. Bethânia: Reparem na 3a menor que a cantora impõe à cadência final (blues). Essa 3a menor já aparecia no 4o verso do Noel, mas não num contexto blues, mas numa coisa vacilante de bordadura (clássica?).

2. …na versão da Aracy (15 anos antes), essa 3a blues não aparece, escutem: [link pro Youtube]

3. …no que dizem ser a versão original, na cadência final o cantor (não tenho os créditos aqui, seria Ismael?) pousa na 3a Maior, e depois desce pra menor, na maciota e com cuidado, como se fosse o passo seguinte numa escada perigosa, escuta: [link pro Youtube]

4. …nessa versão, do Miltinho (1970), ele conserva a 3a Maior, mas mudando o 4o verso (aquele…rs), pros graus 6=>5, evitando a cisma do Noel com a tal 3a Maior, que fecha teimosamente as cadências intermediárias… escuta: [link pro Youtube]

5. …J. Macacão manda a cadência final pra cima, com 5=>6=>1 (ascendentes): [link pro Youtube]

6. …e o Ney apogiatura em cima do iv (4=>5=>b6), bem na palavra “fábrica”. Momento animal, escuta: [link pro Youtube]

7. …pra deter um pouco da repetitividade (da “fábrica”?), o Jobim modula tudo pra cima a partir da 2a metade: [link pro Youtube]

…essa versão do Jobim tem várias sacanagens interessantes, a não menor delas sendo essas modulações, que não são pra qualquer lugar, são em semitons pra cima, seguindo o início da própria melodia, projetando o pequeno NO GRANDE, o micro no macro: auto-similaridade, “composing-out”, à la Stravinsky… …ele também antecipa a cadência distorcida, usando a 3a menor, pra cadência intermediária da palavra “reclame”… a 3a menor, blueseira, fica tipo um muxoxo…

Conclusão: …respostas diferentes pro problema musical do Noel: uma melodia-fábrica, repetitiva…

8. p.s.: …essa voz aqui vai num timbre parecido com o do Ney (e, se não me falha o ouvido/memória, no mesmo tom): [link pro Youtube]

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